Arquivo | maio, 2010

“Pra se perder no abismo que é pensar e sentir”

24 maio

Hoje cheguei em casa com uma vontade desesperada de comer doce. Mas como era de se esperar não tinha nada em casa que pudesse saciar a minha sede por glicose. Só encontrei um último biscoito de morango no pacote. Foi realmente deprimente. Mas a questão é : porque comer doce parece amenizar o amargo em nossas vidas?

Eu sei, é complicado responder isso. Mas acho que é uma questão de querer contrabalancear. Não, não estou falando de contrabalancear doce e amargo, mas de contrabalancear uma coisa ruim com uma coisa que te deixa feliz. É como buscar um momento de felicidade, como procurar no doce uma coisa que você não encontra na sua vida. É um simples mecanismo de recompensa, você pensa “Ah, hoje estou triste. Mereço um doce.”, é como consolar a si mesmo. E nós fazemos isso não só com comida, mas com várias outras coisas, é um hábito que vicia.

Analisando agora os motivos da minha busca por açúcar, estive pensando: porque as coisas precisam ser construídas sendo que vão ser desconstruídas depois? Acho que é uma coisa a se pensar. Tudo estraga, se desgasta. Tudo tem um prazo de validade. Droga, as coisas tinham que durar mais tempo.

Até o nosso planeta tem um prazo de validade, o sol e até mesmo o universo. Sim, existe uma teoria de que o universo é finito e que um dia a sua velocidade de expansão vai se tornar nula, fazendo com que ele comece a se contrair até sofrer uma implosão, como um “Big Bang” ao contrário. Pois é, eu sei, é meio chocante isso.

Assim, tudo um dia acaba. É como nossa própria vida: nascemos, crescemos, estudamos, nos matamos de estudar, trabalhamos, nos matamos de trabalhar, trabalhamos mais um pouco, ganhamos uma quantidade de dinheiro que nunca julgaremos ser suficiente, compramos variedades de produtos que também nunca vão parecer suficientes, talvez tenhamos filhos e faremos o possível para dar a eles coisas que eles nunca vão achar suficientes, envelhecemos achando que nossa vida não suficientemente boa e depois morremos.

Tudo construído em vão. Tempo desperdiçado. O universo não para por nós, ele não precisa de nós pra continuar. Li isso em algum lugar…É exatamente isso: a natureza não para por nós, nada depende da nossa existência. É como viver sem sentido. Não existe finalidade para nós. Aprender? Sim, mas é tão complicado aprender quando se tem que modificar a si mesmo…

Sentimental – Los Hermanos

“Pessoas na minha vida parecem sumir, mas insistem em voltar”

21 maio

Eu odeio todos eles, eu odeio todos eles
eu me odeio por odiar eles
então eu bebo mais um pouco:
‘EU AMO TODOS ELES!’
eu bebo mais ainda:
‘EU ODEIO TODOS ELES MAIS DO QUE ODIAVA ANTES!

Esse trecho é da música On the other side do Strokes (pra variar). Pois é, estou novamente com aquela velha sensação de quando a gente não sabe o que sente. A questão é : porque as pessoas tem tanta influência sobre nós?

As pessoas aparecem, você convive com elas, acha que as conhece pelo menos um pouco. Mas depois o tempo passa, elas somem, você praticamente se esquece que elas existem e de repende…PUFF! Elas estão lá de novo, recém-surgidas de não sei aonde, desenterradas de um passado perdido.

E eu não sei porque me importo tanto com isso. Acho que é saudade dos momentos vividos no passado. Mas o que a gente tem que aprender é que nós vivemos momentos importantes ao lado de determinadas pessoas, mas infelizmente importantes eram os momentos e não as pessoas.

Aquelas pessoas que são realmente importantes, elas não somem, não te deixam. E, na maior parte das vezes, a gente deixa de dar valor aos verdadeiros amigos por se apegar a essas pessoas que…Bom, que não merecem toda essa atenção.

Memórias são como fantasmas, não te deixam em paz até que você pare de dar tanta atenção a elas. Eu sou daquele tipo de pessoa que é provida de uma memória excelente, me lembro de detalhes mínimos, mas isso nem sempre é bom. Minhas lembranças me torturam, sempre acho que eu poderia ter sido melhor, que eu poderia ter feito isso ou aquilo para as coisas serem diferentes.

Mas a verdade é que tudo que a gente faz é o melhor que a gente consegue fazer no momento. E as coisas…elas têm um propósito, está tudo certo, tudo é como era pra ser. Quanto as pessoas? Bom, elas são como são. Talvez nunca chegaremos a conhecer a verdadeira essência delas. E quanto a elas irem e virem…O mundo gira. Faz parte. Uma hora ou outra a gente acaba trombando com alguém, e aí é que volta a lembrança daqueles momentos…Então a gente tem que se lembrar daquelas pessoas que vivem ao nosso lado, aquelas que a gente tem certeza que não vão desaparecer e deixar só lembranças.

Microondas – Bidê ou Balde

“I got music coming outta my hands and feet and kisses”

17 maio

Música pra mim é um assunto complicado. Sempre tem alguém que faz aquela pergunta clássica “Qual o estilo de música que você gosta?”, e eu nunca sei como responder. Acho que foi depois de ser pega diversas vezes sem uma resposta pronta que passei realmente a tentar descobrir o que eu realmente gostava.

Então, por volta de 2005 eu fiquei viciada em assistir MTV. Era aquela coisa de tentar conhecer tudo pra descobrir do que se gosta. E aquele foi um grande ano da MTV, na verdade foi o melhor, os melhores programas e os clips também eram realmente bons. Além de que, justamente naquele ano, o Green Day lançou o álbum American Idiot, que combinava perfeitamente com aquela fase pseudorebelde do início da minha adolescência. Foi então que eu me apaixonei por aquele CD e, é claro, pelo Billie Joe Armstrong. Ah fala sério, eu tinha 13 anos, toda garota dessa idade tem uma paixonite idiota pelo vocalista de alguma banda!

E essa fase do Green Day foi ótima, eu tinha pôster no quarto, foto do Billie no fichário e assistia ao DVD do Bullet in a Bible cantando e achando o máximo ver as loucuras que a galera fez naquele show. Mas como tudo nessa vida, essa fase passou. Sim, eu ainda gosto do American Idiot, só que ele não representa mais o que representava antes, apesar de ter músicas realmente boas.

Então eu voltei a ficar naquela coisa de achar uma música legal aqui e ali, mas sem me comprometer com nada. Nunca gostei de axé, nem funk, nem sertanejo, nem MPB…Na verdade nem tive muito contato com isso. Quando criança eu era fã de Sandy e Júnior, Britney Spears e Spice Girls.

Sempre fui também muito influenciada pela minha irmã em vários aspectos da vida, e música é claro que não poderia fugir a regra. E foi de tanto essa menina escutar The Strokes que eu acabei gostando. Strokes não é uma coisa que você escuta e se apaixona de primeira, a maioria das músicas parecem ser iguais a primeira vista. Eu tenho certa resistência a escutar coisas novas, mas aquela voz do Julian Casablancas foi me conquistando aos poucos, até que eu me rendi totalmente aquela depressão regada de embriaguez. E descobri que as músicas eram lindas, que a banda é realmente boa e que o Julian me entende. Rsrs. Sério, o Julian vê me alma, somos iguais, pena que ele é casado.

E o que mais? Bom, o mais são algumas músicas que eu encontro por aí. Algumas músicas de bandas que são até legais, mas eu não acho certo falar que eu sou fã de uma banda só porque gosto de 3 ou 4 músicas dela. Aliás essa coisa de se classificar como fã é muito complicada, isso te impele a saber tudo sobre a banda e tal. Então, prefiro falar que não sou fã de nada. “Gosto muito de Strokes” é tudo que posso dizer.

Quanto a questão do estilo, pra isso ainda não tenho resposta. Não existe um estilo pra mim. Eu gosto daquela música que é triste e feliz ao mesmo tempo, música boa é aquela que eu posso ouvir na mais profunda depressão ou na mais plena alegria que continua sendo boa. Meu humor muda muito rápido, as músicas têm que ser versáteis pra me acompanhar.

Não posso dizer que sou uma pessoa apaixonada por música e que morro se não escutar música todos os dias, mas posso dizer que ela exerce grande influência sobre mim. Eu gosto de música em determinados momentos, e sim eu escuto as mesmas músicas sempre, repetidas vezes. Portanto nesse blog não podia faltar as frases que mais me chamam atenção nas músicas que eu gosto. Então elas estão aí no título de cada post e no final, com o nome da música e da banda.

11th Dimension – Julian Casablancas

Whatsername

16 maio

Anakina é um nome que criei quando eu tinha uns 12 anos. Meu nome é muito comum, em todo lugar que vou sempre tem alguém com o mesmo nome que eu e, em certa fase da vida, eu fiquei meio chateada com isso.

Na escola quando o professor fazia lista de chamada era sempre a mesma coisa: mil e uma “Jéssicas”. Daí os professores inventavam aquelas denominações do tipo “Jéssica morena”. Aff. Ou me chamavam pelo meu segundo nome “Patrícia”, aí vc perde sua identidade sabe, existe a “Jéssica” que é a primeira Jéssica da ordem alfabética e você é a “Patrícia”. Mas na maioria das vezes eu era chamada de “Jéssica Patrícia”.

Não que eu não goste do meu nome, eu gosto sim. Acontece que quando me chamam de “Jéssica Patrícia” eu me lembro dessa coisa escolar, além de me parecer uma coisa excessivamente formal.

Ao menos minhas amigas me chamam somente de “Jéssica”. Quer dizer, elas costumam chamar quando não estão me chamando de “Jess” ou “Jé”. Já na faculdade tem um colega que me chama de “Dimenor” por eu ter 17 anos e ser, segundo ele, “uma pirralha na faculdade”. E é claro que “Dimenor” tem os seus derivados como “Dima”.

Em casa meu apelido é “Leli”. Segundo a lenda, minha irmã me deu esse apelido quando eu nasci, ela tinha três anos de idade. E então ficou o apelido, que deu origem a muitos derivados, incluindo diminutivos.

A questão é que sempre inventam alguma coisa pra você. Sempre te chamam como querem. Não que isso seja ruim, às vezes é até engraçado. Mas aos meus 12 anos, em plena crise de identidade, eu quis criar um nome pra mim. Aí surgiu “Anakina” que, na verdade, eu nem sei de onde veio. Eu sempre associo como uma influência de Star Wars, uma coisa vinda de “Anakin Skywalker”, mas eu não sei se isso é verdade ou se foi uma desculpa que eu inventei depois.

Dizem que todo geminiano tem dupla personalidade, que é como se fossem duas pessoas diferentes dentro de um mesmo corpo. Então eu passei a associar isso com “Jéssica” e “Anakina”, separei-as e atribuí a cada uma traços divergentes da minha personalidade. Persisti nisso durante um bom tempo, mas depois descobri que era bobagem, que as duas precisavam ter uma integridade, que eu não podia ser uma em um dia e outra em outro.

Então sou a “Jéssica”, mas a sombra da “Anakina” está sempre por aí. Por isso o endereço do blog é com esse nome. Porque é um nome incomum, eu não poderia colocar “jessica.wordpress.com”. rsrs. E seria bem tosco também.

Tá, eu sei que parece coisa de gente perturbada. Mas o que eu posso fazer né? rsrs. E isso é só o começo.

Whatsername – Green Day

Is this it?

15 maio

Então é isso. Nada mais, nada menos. Eu não sei como é exatamente a frase, mas Fernando Pessoa disse algo como ” O único sentido oculto das coisas é que elas não têm sentido oculto”. Então aqui está esse blog, sem nenhum sentido oculto.

E porque uma pessoa faria um blog? Eu respondo sinceramente que não sei. O que digo é que eu realmente preciso de um “Automatic Stop” às vezes, apesar de ter negado isso durante um bom tempo. Posso afirmar então que não pretendo escrever grandes coisas (acho que nem poderia), pretendo somente escrever, porque as coisas que a gente pensa precisam ir pra algum lugar.

Digo logo, assim de cara, que eu não tenho talento pra escrever. E talvez nem saiba me expressar corretamente, mas o que eu sei deve ser o suficiente pra ser meu passatempo, ou quem sabe ajudar a passar o tempo de mais alguém.

E ficam aqui meus sinceros votos de que isso funcione, e que eu não deixe isso de lado como deixei tantos outros projetos meus.

Is this it – The Strokes