Hoje cheguei em casa com uma vontade desesperada de comer doce. Mas como era de se esperar não tinha nada em casa que pudesse saciar a minha sede por glicose. Só encontrei um último biscoito de morango no pacote. Foi realmente deprimente. Mas a questão é : porque comer doce parece amenizar o amargo em nossas vidas?
Eu sei, é complicado responder isso. Mas acho que é uma questão de querer contrabalancear. Não, não estou falando de contrabalancear doce e amargo, mas de contrabalancear uma coisa ruim com uma coisa que te deixa feliz. É como buscar um momento de felicidade, como procurar no doce uma coisa que você não encontra na sua vida. É um simples mecanismo de recompensa, você pensa “Ah, hoje estou triste. Mereço um doce.”, é como consolar a si mesmo. E nós fazemos isso não só com comida, mas com várias outras coisas, é um hábito que vicia.
Analisando agora os motivos da minha busca por açúcar, estive pensando: porque as coisas precisam ser construídas sendo que vão ser desconstruídas depois? Acho que é uma coisa a se pensar. Tudo estraga, se desgasta. Tudo tem um prazo de validade. Droga, as coisas tinham que durar mais tempo.
Até o nosso planeta tem um prazo de validade, o sol e até mesmo o universo. Sim, existe uma teoria de que o universo é finito e que um dia a sua velocidade de expansão vai se tornar nula, fazendo com que ele comece a se contrair até sofrer uma implosão, como um “Big Bang” ao contrário. Pois é, eu sei, é meio chocante isso.
Assim, tudo um dia acaba. É como nossa própria vida: nascemos, crescemos, estudamos, nos matamos de estudar, trabalhamos, nos matamos de trabalhar, trabalhamos mais um pouco, ganhamos uma quantidade de dinheiro que nunca julgaremos ser suficiente, compramos variedades de produtos que também nunca vão parecer suficientes, talvez tenhamos filhos e faremos o possível para dar a eles coisas que eles nunca vão achar suficientes, envelhecemos achando que nossa vida não suficientemente boa e depois morremos.
Tudo construído em vão. Tempo desperdiçado. O universo não para por nós, ele não precisa de nós pra continuar. Li isso em algum lugar…É exatamente isso: a natureza não para por nós, nada depende da nossa existência. É como viver sem sentido. Não existe finalidade para nós. Aprender? Sim, mas é tão complicado aprender quando se tem que modificar a si mesmo…
Sentimental – Los Hermanos