Arquivo | outubro, 2010

“I am one of those melodramatic fools”

28 out

E cá estou eu, de volta depois de algum tempo (como sempre). Por mais que às vezes eu possa deixar de lado ou mesmo tentar evitar, simplesmente não consigo parar de escrever. É como eu disse antes, as coisas que a gente pensa precisam ir pra algum lugar, tem que haver um destino pra elas. O destino das minhas coisas é esse blog e o meu diário.

Andei pensando sobre umas coisas durante essas semanas, é engraçado como a gente vive e vai aprendendo as coisas. Observando a vida, me parece que é imensa e tediosa e que raramente coisas emocionantes/impactantes acontecem. A maioria dos dias da sua vida são todos muito parecidos e monótonos, parte de uma rotina que obrigaram você a seguir. O que chamam propriamente de vida, sua história ou seja lá como você queira chamar, acontece em momentos muito pequenos e rápidos, em uma noite ou em algumas horas. Acho que o que estamos chamando aqui de vida é decorrente das mudanças, entende o que eu quero dizer? Pra ser mais clara, acho que esses determinados momentos que ficam gravados na nossa memória, que são nossa história, são momentos de mudança, são quando algo novo acontece.

Mas a minha dúvida é: enquanto esse momentos “boom” não acontecem, como é que a gente se vira com a sucessão interminável de dias rotineiros? Eu sei, isso é bem chato. Percebi que a maioria das pessoas só tem vida própria nos fins de semana. É como se quisessem fazer acontecer um momento “boom”. Mas eu digo que já tentei fazer um momento desses acontecer e não deu certo, eles acontecem independente da nossa vontade. Não adianta sair no fim de semana e simplesmente pedir que aconteça um, ele vai acontecer quando você menos esperar. Talvez essa seja a graça do momento “boom”, ser inesperado.

Quem me vê falando assim até acredita que já vivi muitos momentos assim, mas não. E talvez por isso eu me sinta tão ansiosa pra viver, acho que sempre quis viver minha vida toda de uma vez, sempre quis saber o fim das coisas. Mas o importante não é o fim, é como se chega até lá. E tudo que eu fiz até agora foi o melhor que eu consegui.

Talvez nesse feriado eu viva um bom momento. Mas nunca há como saber, o destino vive jogando a gente de um lado pro outro, como se estivesse brincando de xadrez. Tem hora que a gente se julga invisível, mas nos esquecemos de que somos peças do jogo. O que eu posso desejar é que dê tudo certo ou, se não der, que pelo menos eu volte inteira pra casa. =)

Basket case – Green Day

“Ever and always. Always and ever.”

10 out

Descobri que algumas coisas dependem do seu ponto de vista. Visão é uma coisa fundamental em qualquer questão. E logo eu, tão egocêntrica, sempre limitada nas minhas próprias interpretações, nos meus próprios pensamentos…Supreendo-me quando alguém me apresenta o outro lado das coisas, novos aspectos, novas idéias.

E ao experimentar viver um pouco fora de mim, tentando ter uma visão nova, me pego agora adepta ao que critiquei. Sou agora a ilustração de uma contradição clássica: o que faço se tornou diferente do que digo. E eu que tantas vezes tentei fugir disso…Mas sinto-me feliz, apesar desse desconforto mental causado por mais uma crise de identidade que se gerou.

O problema é que percebi o quanto minhas idéias não são inatas, percebi quanto dos outros existe em mim e não sei até que ponto posso me libertar disso. Por esses dias, aprendi que ninguém tem personalidade pronta, nem idéia fundamentada, a gente vai construindo isso é com o tempo. Mudar de opinião é normal, o que é difícil é as pessoas se acostumarem com essa mudança.

Acho que nunca sofri nenhuma intervenção no meu caráter ou na minha personalidade, mas já sofri muitas influências. Existem momentos em que me encontrei exposta e sem nenhum conhecido por perto, e foi aí que descobri que eles estavam todos lá – os conhecidos- na minha cabeça, como se eu fosse um ser incompleto, como se fosse feita de fragmentos de idéias de outras pessoas.

Percebi que as influências nunca te abandonam, estão em todas as suas ações, te induzem e te perturbam. Além de que, muitas vezes, podem te levar ao erro, a negar o que você quer, a ir contra você. E é péssimo ver como você não reage, você simplesmente se ignora, se anula pra seguir o que os outros disseram, para ser quem eles querem que você seja. Então você descobre que perde tudo sendo assim, perde o melhor de tudo: experimentar e viver. Não há nada melhor que ter suas próprias experiências, ninguém pode viver nada por você.

Não existe coisa melhor do que sentir. Sejam sentimentos ou sejam sensações, não vejo como estar mais ligada comigo mesma. É uma coisa tão íntima e tão pessoal, ninguém nunca vai saber como é o jeito de sentir de ninguém. Assim como ninguém nunca saberá como é a sua percepção das coisas, aqueles detalhes que só você observa, aquelas sensações sem nome que você sabe exatamente quando vão surgir.

Foi dessa forma que descobri meu amor próprio. Foi por descobrir que ninguém nunca vai me compreender como eu mesma, que nunca vão sentir como eu sinto. Então descobri que me amo porque posso compartilhar tudo que vivo comigo. E sei que poderei me entregar, mergulhar de ponta cabeça, quebrar a cara e que conseguirei me perdoar depois. Eu sempre serei a única capaz de me perdoar pelo mal que fiz a mim mesma, pois serei a única capaz de compreender as emoções e sentimentos envoltos.

Once you had Gold – Enya