Tag Archives: crises

“E eu que já não sou assim muito de ganhar…”

11 dez

2010? Você quer mesmo saber como foi? Eu respondo: uma merda. Quer saber dos fatos mais interessantes? Um pé na bunda, um chifre…Coisas muito agradáveis de serem vividas. Realmente é muito bom quando seu pseudonamorado vai pra micareta colocar um chapéu de boi na sua linda cabecinha e você descobri vinte dias depois (ainda bem que eu já tinha terminado com ele antes mesmo).

Claro, claro, vão me dizer que experiências tem que ser vividas, que a gente tem muito a aprender com essas coisas, que a gente tem de estar preparada para as decepções da vida. Blá blá blá, f*dam-se todos. Ok, até aprendi algumas coisas. Mas o que se aprende com as decepções é a suportar melhor as futuras decepções, não a evitá-las. Aii vida…Estamos todos fadados ao sofrimento. É sofrer vivendo ou morrer.

E então eu estava aqui recordando esses lindos momentos de minha vida e resolvo olhar meu horóscopo do ano que vem na esperança que me dissessem que eu iria ganhar um ano cheinho de felicidade, dinheiro e amor. Maaaaaaaaas nãoooooo! Até o horóscopo tem que me detonar! Está escrito que esse ano é para eu ser introspectiva, investigadora e sábia. Só tenho uma coisa a dizer: P*TA QUE PARIU! O que eu mais faço nessa minha vida é pensar…

Ai ai, chega. Ninguém merece mais ficar me vendo reclamar.

O vencedor – Los Hermanos

“Quem me dera poder consertar tudo que eu fiz.”

22 nov

O que está feito, está feito. Não que exista um arrependimento sincero de minha parte, o problema é somente a repercussão das coisas. A sensação é a mesma de uma onda se propagando na água depois que uma pedra foi jogada no lago. A onda atinge grandes proporções, causa uma movimentação danada, vai perdendo força e, depois de algum tempo, ninguém nem vai saber que uma pedra caiu ali.

Acredito que todas as coisas tem seu prazo de vencimento. A gente sempre acaba se cansando de tudo no fim das contas. Quando entrei na aula de dança, gostei tando que achei que dançaria pra sempre, mas agora as aulas me parecem extremamente entediantes. Todo mundo acaba sempre entediado, a gente se enjoa das coisas. E aí ou você decide largá-las ou espera até alguém decidir por você. Infelizmente sempre escolho a segunda opção. Por mais que eu esteja cansada, enjoada e entediada, acabo arrumando um motivo pra não abandonar a situção e simplesmente deixar as coisas irem. Talvez seja por algum tipo de apego que eu sinta pelas coisas às quais me acostumei, ou talvez seja medo de fazer a escolha errada.

Acho que eu sinto demais. Entende o que eu quero dizer? Sou uma pessoa sentimental ao extremo. Sofro demasiadamente por qualquer pedrinha que jogam na minha lagoa. Isso é uma droga. Eu devo sofrer de algum distúrbio, tenho algum transtorno psicológico, de personalidade, sei lá. As coisas demoram a entrar na minha cabeça e, quando entram, demoram a se encaixar e começar a fazer sentido.

Seguindo essa vida minha percebo que dou voltas e voltas, e acabo sempre parando no mesmo ponto: O QUE EU ESTOU FAZENDO? QUE M*RDA É ESSA QUE ESTÁ ACONTECENDO? ONDE É QUE EU FUI ME ENFIAR?

E pra essas perguntas eu tenho aquela boa e velha resposta: Não sei.

Primavera – Los Hermanos

“Não fala do que eu deveria ser, pra ser alguém mais feliz”

8 set

Sempre tem um monte de coisas nos bolsos das minhas calças jeans. Nem sei porque uso bolsa, acabo sempre colocando tudo na porcaria dos bolsos do jeans. Daí volta e meia encontro prendedores de cabelo, listas de compra e, principalmente, ingressos de cinema. É diversão garantida, vivo encontrando surpresinhas. Toda vez que eu ficar entediada agora vou começar a revirar os bolsos das calças. rs

Hoje eu reparei que os Ipês amarelos desabrocharam. Sempre tem essa época que os Ipês desabrocham, mas eu nunca sei quando é. E hoje fui pega totalmente de surpresa. Fica tudo perfeito, as flores amarelas são lindas. Quando eu era pequena minha cor favorita era amarelo. Fiquei pensando numa coisa: a natureza é perfeita. Quando é que as flores sabem que tem que desabrochar? Os Ipês sempre sabem quando é a hora certa, todos eles desabrocham na mesma época, todos juntos. E porque comigo não é assim? Eu nunca sei a hora certa de fazer as coisas.

A única coisa que eu queria ter feito hoje era não ter descido do ônibus. Se há uma sensação bem interessante é a de andar num ônibus vazio. Eu acho o máximo. Você senta na janela e observa tudo, o mundo inteiro, só que ninguém te vê porque ninguém repara nos ônibus. E você não precisa se preocupar pra onde é que ele vai, porque sabe que ele sempre vai voltar. Sempre acaba voltando pra de onde veio.

E por falar em voltar, nem tudo volta. O que eu mais quero próximo a mim, é o que eu mais acabo afastando. Andei afastando tudo e todos ultimamente. Setembro costumava me trazer coisas boas. Costumava. Eu não queria que fosse assim sabe, não queria mesmo.

As coisas estão sempre no mesmo lugar: fora de onde deviam estar. Não me pergunte como tinha que ser, eu não sei. O que eu sei é que não tinha que ser assim. Eu não tinha que ser assim. Ás vezes mal me reconheço, me pego falando coisas que não devia, pensando em inutilidades, pareço uma neurótica dando surtos por aí. Estou mergulhada em crises e mais crises sem fim. Daí me olho no espelho e vejo o que não era pra ver. Eu mal me enxergo, só sinto raiva.

Se minha vida é o que eu fiz dela, eu não fiz nada do que eu deveria fazer. Talvez eu nem tenha feito nada, por isso vivo eternamente nesse tédio profundo. Mas eu nem quero fazer nada. Nem sei se eu quero mesmo que as coisas mudem, no fundo eu acho que tenho medo. Medo de tudo mudar e depois ficar pior, porque da última vez que as coisas mudaram foi assim.

Não tenho mais nada a que me apegar. Não importa pra ninguém, tanto faz. Parece até que a minha vida não é mais minha, que meus pensamentos não sou eu quem controla. Acho que perdi a vontade própria. Eu sempre estou por aí perdendo um tanto de coisas. Se é que um dia eu já tive alguma coisa pra perder.

Quem sabe – Los Hermanos

“Please don’t make this harder.”

23 jul

Quando eu era pequena tudo que eu fazia era esperar. Eu esperava que minha vida acontecesse. Achava que, em determinada idade, as coisas simplesmente aconteceriam. Era como se eu acreditasse em mágica, isso é que dá crescer assistindo a tantos filmes Disney. O prolema é que, a medida que fui crescendo, comecei a me perguntar “Quando é que o filme da minha vida começa?”.É, eu esperei demais a minha vida começar. Tarde demais eu descobri que já estava vivendo e que, infelizmente, aquele filme não era interessante.

É estranho quando se é criança e alguém te pergunta “O que você quer ser quando crescer?”. Eu me imaginava como uma pessoa completamente diferente, eu achava que mudaria de personalidade ou alguma coisa assim. Nunca pensei muito sobre profissões, respondia coisas como “vou ser médica” ou “quero ser professora”, mas na verdade eu respondia isso porque todo mundo esperava que eu falasse uma profissão.

Mas na minha cabeça eu sempre me imaginei casada e com filhos, uma vida parecida com a da minha mãe quando eu estava com 6 anos. E quando me imaginava mais nova, tipo quando eu tivesse 15 anos, me imaginava linda, feliz e espontânea. Eu sempre imaginava a seguinte cena: eu com meus longos cabelos cacheados, de calça jeans e mini blusa (eu usava quando pequena, mas nunca usaria agora), encostada em uma picape com uma turma enorme de amigos, após ter viajado quilômetros até a praia pra ver o entardecer.

E é justamente nesses momentos que a gente se engana. Sim, eu comecei a me iludir quando era criança, planejei coisas que nunca aconteceram. Na realidade, quando eu tinha 15 anos eu não era nada bonita. Não era nada feliz, estudava numa escola que eu odiava. E em hipótese alguma eu conseguia ser espontânea, até hoje raras vezes eu consigo. Quanto ao que eu vou ser quando estiver mais velha, eu não faço idéia mais. Sei que qualquer plano que eu faça, vai sair de um jeito completamente diferente, então não posso me dar ao luxo de me frustrar novamente.

Eu odeio o modo como as coisas nunca funcionam do jeito que você espera, porque eu perco tempo tentando analisá-las. Mas não adianta, a vida só te mostra que tudo que você sabe é completamente errado. E parece que quando você tenta fazer as coisas de um jeito certo todos vão contra você. Eu odeio o modo como as pessoas apontam os seus defeitos na sua cara e te dizem “você não é espontânea como fulana”. Eu odeio como coisas simples se tornam complicadas e como as pessoas são complicadas.

Ás vezes as pessoas me olham como se eu não tivesse problemas reais, como se eu fosse boba ou alguma coisa do tipo. “Sua família é perfeita, seus pais te amam”, sei disso! E não estou menosprezando nem nada, mas minha vida não se resume a minha família, eles não podem estar sempre comigo, não tomam decisões por mim, não vivem por mim. E justamente nos momentos mais difíceis da sua vida, quando você precisa desenterrar a sua coragem e prosseguir é que você vê o quanto se encontra sozinha. Não existe ninguém que possa fazer aquilo por você. O mínimo que seus pais ou amigos ou quem quer que seja pode fazer é  dizer “Boa sorte” antes de você ir e “Eu sinto muito” quando você voltar.

O tempo todo você está com você. Na minha agenda tem uma frase que diz “Não importa onde você vá, você sempre vai estar lá”. É verdade, não há como escapar de você ou pedir divórcio de você. Seus erros, suas escolhas, seus medos, suas inseguranças…Estão em todo lugar. Acho que é por isso que nos sentimos tão sozinhos, é muito peso pra levar, muita coisa pra dar conta.

Eu me lembro de uma vez quando eu era criança ter dito ao meu pai que o mundo tinha gente demais, que se só existisse uma pessoa no mundo, ela seria totalmente feliz. Meu pai só olhou pra mim com uma cara enigmática e disse “Será que seria mesmo?”. Eu fiquei pensando naquilo depois e descobri que a pessoa morreria de solidão. Agora, depois de muitos anos, tenho uma idéia diferente: o ideal não seria existir uma só pessoa no mundo, o ideal seria não existir nenhuma.

What ever happened? – The Strokes

“If I could be who you wanted”

19 jul

É, eu realmente cansei de tudo aquilo. Sim, estou falando daquela porcaria do orkut. O meu anda me irritando muito ultimamente, estou com vontade de remover todas as fotos, excluir todas as pessoas, deletar tudo. Porque na verdade o orkut é uma grande porcaria que as pessoas acham que precisam, mas não precisam.

O que aconteceria se acabassem com o orkut? Nada. Ok,  mandar scraps as vezes é mais rápido e até mesmo importante, mas não é fundamental, e-mails existem com essa mesma finalidade. Sei que devo algumas coisas ao orkut, alguns envolvimentos que tive  só aconteceram porque ele existia, mas isso só tornou tudo mais falso. Não se pode conhecer ninguém pelo orkut, lá as pessoas são o que querem, se comportam como querem. Fingem. E isso equivale a maioria dos meios de comunicação virtuais.

As vezes você conhece uma pessoa e pensa “olha, fulano é gente boa”, daí a pessoa te adiciona no orkut e você percebe que a mente dela  é totalmente doente. Eu me pergunto o que levaria uma pessoa a querer se mostrar tanto em um site de relacionamento. As meninas colocam imensos decotes, tiram fotos de mini saia e de biquini, fazem poses sensuais não condizentes com a idade que possuem. Os meninos tiram fotos sem camisa, tentando criar um efeito provocante. Isso pra mim se chama auto-afirmação. Os jovens usam o orkut pra se sentirem incluídos, para se sentirem belos e legais. Mas pra mim ser belo e legal não é agir dessa forma.

Meu orkut é muito sem graça. Já tive uma fase de colocar um álbum com fotos minhas, mas agora não consigo nem ao menos colocar uma foto minha sozinha. Sinto como se as pessoas estivessem reparando em mim, como se eu estivesse me vendendo. Uma foto de uma pessoa sozinha fazendo aquela cara insinuante transmite a mensagem de “tá vendo, eu sou gostosa(o)”, acho que por isso a maioria até dispensa a legenda. Eu não quero que as pessoas pensem assim de mim, não quero ser um objeto. Mas o pior é se sentir excluída porque todo mundo é um objeto e você não. Fazer o que né? O que eu sei é que não posso ser diferente, seria ir contra minha essência, ainda acho que o meu posicionamento é  correto.

Então, que seja dessa forma. Todo mundo age como idiota e eu é que acabo me sentindo como idiota por não ter atitudes idiotas. Droga, isso nem faz sentido. E isso vai indo, até o dia em que eu verdadeiramente canse do meu orkut e resolva tomar uma medida mais drástica.

Fake Plastic Trees – Radiohead

“I love you more than being 17 “

7 jun

Tenho 17 anos. Essa é minha última semana de 17, na próxima terça faço 18 anos. E estava aqui a recordar como foi ter essa idade, me referindo ao período que correspondeu ao fim dos 16 e a esse início de 18.

Eu diria que ter dezessete anos foi muito turbulento pra mim. Da metade do ano passado pra cá minha vida virou de ponta cabeça, me jogaram baldes e baldes de água fria, eu me vi num mar no qual não conseguia nadar. Um mar de pensamentos paradoxais que giravam na minha cabeça a mil por hora.

O fim do terceiro ano, além de gerar todas as tradicionais tensões de final de ano, representou o fim do ensino médio, da escola, de uma etapa da minha vida. E sim, eu estava muito preocupada com isso. Não tinha a mínima idéia de como 2010 seria. Eu não sabia se queria ir pra faculdade, se devia fazer vestibular, muito menos qual curso eu deveria escolher. Acabei fazendo a inscrição, quase que sem motivo algum.

Mas o que eu mais me preocupava era com as amizades da escola, eu sentia que não saberia como manter minhas amigas por perto depois que a gente parasse de se ver diariamente. E eu fiquei com muito medo de perdê-las, fiquei com muito medo de me ver sozinha.

E então foi aquela correria: arrecadar dinheiro pra formatura (o que incluia vender caldo e rifa na festa junina da escola), reforçar os laços de amizade o máximo que eu pudesse, aproveitar o fim da escola (período “fácil” da vida) e recuperar minhas notas em matemática (sim, eu tava afundando). E nesse meio tempo ainda tive uma excursão, na qual eu literalmente quebrei a cara numa cachoeira, e tive a minha colação de grau. E além disso eu tirei o aparelho dos dentes e emagreci cerca de 10 quilos.

Sim, minha mente estava um caos. Então eu passei na primeira etapa do vestibular, sem estudar nem nada. E fiquei em pânico com isso, não sabia o que fazer. Decidi fazer cursinho pra segunda etapa e me matar de estudar. E no meio disso tudo eu conheci um cara, as aulas acabaram…Todo mundo estava de férias e eu passava o dia inteiro estudando. Tive crises e mais crises de choro de tão extressada que fiquei. Não vi passar o natal, muito menos o ano novo.

Então começou 2010 e logo na primeira semana eu já tinha 4 provas de vestibular pra fazer e um encontro com aquele cara. Eu estava mesmo no meu limite e não tinha a mínima idéia do que fazer com relação a nada.

Em janeiro viajei com a família, mas a verdadeira viagem estava mesmo na minha cabeça…Fui a lugares onde nunca tinha estado antes, minha mente estava confusa. Então o resultado saiu: eu passei! Eu gritei, pulei, chorei e entrei em crise de novo. E aquele cara…Nossa! Ele fez minha cabeça girar em câmera lenta e em velocidade máxima ao mesmo tempo. E aí eu me decepcionei, surtei e me alienei.

Fevereiro passou como se eu não estivesse vivendo. Março chegou com as aulas da faculdade e aquele choque que se tem quando se vê algo novo. Abril foi o mês da crise de querer trancar, de não se identificar com o lugar, de se sentir totalmente deslocada. Maio veio e me fez tentar ver as coisas de um aspecto melhor, daí fiz esse blog. E junho…Bom, junho ainda nem aconteceu direito.

Pois é, meus 17 foram um turbilhão de coisas. E é claro que eu acabei mudando junto com tudo ao meu redor. E quer saber? Foi ótimo ter essa idade, pois apesar de tudo que aconteceu, do bom e do ruim, eu tive oportunidade de viver e descobrir um monte de coisas que eu pensava que já sabia.

E nessa última semana eu me despeço de ter dezessete, e não posso mentir que por um lado estou aliaviada por essa idade ter passado. Agora que venham os dezoito, quero diversas coisas novas…Espero diversas coisas novas, mas talvez não sejam tão intensas como as coisas novas dos 17, que agora já são coisas antigas.

Talvez por isso eu nunca me esqueça dos 17 e acho que pra sempre vou me lembrar de como era ter essa idade. Um lado meu vai ficar nos dezessete, uma parte minha foi gravada pelo que se passou nessa fase. Não, eu nunca deixei nada pra trás, sempre continuei por inteiro. Mas agora eu sinto como se uma parte minha tivesse que ficar, como se eu tivesse que a deixar pra poder seguir. Acho que isso é crescer, é aprender.

Evening sun – The Strokes

“Pra se perder no abismo que é pensar e sentir”

24 maio

Hoje cheguei em casa com uma vontade desesperada de comer doce. Mas como era de se esperar não tinha nada em casa que pudesse saciar a minha sede por glicose. Só encontrei um último biscoito de morango no pacote. Foi realmente deprimente. Mas a questão é : porque comer doce parece amenizar o amargo em nossas vidas?

Eu sei, é complicado responder isso. Mas acho que é uma questão de querer contrabalancear. Não, não estou falando de contrabalancear doce e amargo, mas de contrabalancear uma coisa ruim com uma coisa que te deixa feliz. É como buscar um momento de felicidade, como procurar no doce uma coisa que você não encontra na sua vida. É um simples mecanismo de recompensa, você pensa “Ah, hoje estou triste. Mereço um doce.”, é como consolar a si mesmo. E nós fazemos isso não só com comida, mas com várias outras coisas, é um hábito que vicia.

Analisando agora os motivos da minha busca por açúcar, estive pensando: porque as coisas precisam ser construídas sendo que vão ser desconstruídas depois? Acho que é uma coisa a se pensar. Tudo estraga, se desgasta. Tudo tem um prazo de validade. Droga, as coisas tinham que durar mais tempo.

Até o nosso planeta tem um prazo de validade, o sol e até mesmo o universo. Sim, existe uma teoria de que o universo é finito e que um dia a sua velocidade de expansão vai se tornar nula, fazendo com que ele comece a se contrair até sofrer uma implosão, como um “Big Bang” ao contrário. Pois é, eu sei, é meio chocante isso.

Assim, tudo um dia acaba. É como nossa própria vida: nascemos, crescemos, estudamos, nos matamos de estudar, trabalhamos, nos matamos de trabalhar, trabalhamos mais um pouco, ganhamos uma quantidade de dinheiro que nunca julgaremos ser suficiente, compramos variedades de produtos que também nunca vão parecer suficientes, talvez tenhamos filhos e faremos o possível para dar a eles coisas que eles nunca vão achar suficientes, envelhecemos achando que nossa vida não suficientemente boa e depois morremos.

Tudo construído em vão. Tempo desperdiçado. O universo não para por nós, ele não precisa de nós pra continuar. Li isso em algum lugar…É exatamente isso: a natureza não para por nós, nada depende da nossa existência. É como viver sem sentido. Não existe finalidade para nós. Aprender? Sim, mas é tão complicado aprender quando se tem que modificar a si mesmo…

Sentimental – Los Hermanos

“Pessoas na minha vida parecem sumir, mas insistem em voltar”

21 maio

Eu odeio todos eles, eu odeio todos eles
eu me odeio por odiar eles
então eu bebo mais um pouco:
‘EU AMO TODOS ELES!’
eu bebo mais ainda:
‘EU ODEIO TODOS ELES MAIS DO QUE ODIAVA ANTES!

Esse trecho é da música On the other side do Strokes (pra variar). Pois é, estou novamente com aquela velha sensação de quando a gente não sabe o que sente. A questão é : porque as pessoas tem tanta influência sobre nós?

As pessoas aparecem, você convive com elas, acha que as conhece pelo menos um pouco. Mas depois o tempo passa, elas somem, você praticamente se esquece que elas existem e de repende…PUFF! Elas estão lá de novo, recém-surgidas de não sei aonde, desenterradas de um passado perdido.

E eu não sei porque me importo tanto com isso. Acho que é saudade dos momentos vividos no passado. Mas o que a gente tem que aprender é que nós vivemos momentos importantes ao lado de determinadas pessoas, mas infelizmente importantes eram os momentos e não as pessoas.

Aquelas pessoas que são realmente importantes, elas não somem, não te deixam. E, na maior parte das vezes, a gente deixa de dar valor aos verdadeiros amigos por se apegar a essas pessoas que…Bom, que não merecem toda essa atenção.

Memórias são como fantasmas, não te deixam em paz até que você pare de dar tanta atenção a elas. Eu sou daquele tipo de pessoa que é provida de uma memória excelente, me lembro de detalhes mínimos, mas isso nem sempre é bom. Minhas lembranças me torturam, sempre acho que eu poderia ter sido melhor, que eu poderia ter feito isso ou aquilo para as coisas serem diferentes.

Mas a verdade é que tudo que a gente faz é o melhor que a gente consegue fazer no momento. E as coisas…elas têm um propósito, está tudo certo, tudo é como era pra ser. Quanto as pessoas? Bom, elas são como são. Talvez nunca chegaremos a conhecer a verdadeira essência delas. E quanto a elas irem e virem…O mundo gira. Faz parte. Uma hora ou outra a gente acaba trombando com alguém, e aí é que volta a lembrança daqueles momentos…Então a gente tem que se lembrar daquelas pessoas que vivem ao nosso lado, aquelas que a gente tem certeza que não vão desaparecer e deixar só lembranças.

Microondas – Bidê ou Balde

“I got music coming outta my hands and feet and kisses”

17 maio

Música pra mim é um assunto complicado. Sempre tem alguém que faz aquela pergunta clássica “Qual o estilo de música que você gosta?”, e eu nunca sei como responder. Acho que foi depois de ser pega diversas vezes sem uma resposta pronta que passei realmente a tentar descobrir o que eu realmente gostava.

Então, por volta de 2005 eu fiquei viciada em assistir MTV. Era aquela coisa de tentar conhecer tudo pra descobrir do que se gosta. E aquele foi um grande ano da MTV, na verdade foi o melhor, os melhores programas e os clips também eram realmente bons. Além de que, justamente naquele ano, o Green Day lançou o álbum American Idiot, que combinava perfeitamente com aquela fase pseudorebelde do início da minha adolescência. Foi então que eu me apaixonei por aquele CD e, é claro, pelo Billie Joe Armstrong. Ah fala sério, eu tinha 13 anos, toda garota dessa idade tem uma paixonite idiota pelo vocalista de alguma banda!

E essa fase do Green Day foi ótima, eu tinha pôster no quarto, foto do Billie no fichário e assistia ao DVD do Bullet in a Bible cantando e achando o máximo ver as loucuras que a galera fez naquele show. Mas como tudo nessa vida, essa fase passou. Sim, eu ainda gosto do American Idiot, só que ele não representa mais o que representava antes, apesar de ter músicas realmente boas.

Então eu voltei a ficar naquela coisa de achar uma música legal aqui e ali, mas sem me comprometer com nada. Nunca gostei de axé, nem funk, nem sertanejo, nem MPB…Na verdade nem tive muito contato com isso. Quando criança eu era fã de Sandy e Júnior, Britney Spears e Spice Girls.

Sempre fui também muito influenciada pela minha irmã em vários aspectos da vida, e música é claro que não poderia fugir a regra. E foi de tanto essa menina escutar The Strokes que eu acabei gostando. Strokes não é uma coisa que você escuta e se apaixona de primeira, a maioria das músicas parecem ser iguais a primeira vista. Eu tenho certa resistência a escutar coisas novas, mas aquela voz do Julian Casablancas foi me conquistando aos poucos, até que eu me rendi totalmente aquela depressão regada de embriaguez. E descobri que as músicas eram lindas, que a banda é realmente boa e que o Julian me entende. Rsrs. Sério, o Julian vê me alma, somos iguais, pena que ele é casado.

E o que mais? Bom, o mais são algumas músicas que eu encontro por aí. Algumas músicas de bandas que são até legais, mas eu não acho certo falar que eu sou fã de uma banda só porque gosto de 3 ou 4 músicas dela. Aliás essa coisa de se classificar como fã é muito complicada, isso te impele a saber tudo sobre a banda e tal. Então, prefiro falar que não sou fã de nada. “Gosto muito de Strokes” é tudo que posso dizer.

Quanto a questão do estilo, pra isso ainda não tenho resposta. Não existe um estilo pra mim. Eu gosto daquela música que é triste e feliz ao mesmo tempo, música boa é aquela que eu posso ouvir na mais profunda depressão ou na mais plena alegria que continua sendo boa. Meu humor muda muito rápido, as músicas têm que ser versáteis pra me acompanhar.

Não posso dizer que sou uma pessoa apaixonada por música e que morro se não escutar música todos os dias, mas posso dizer que ela exerce grande influência sobre mim. Eu gosto de música em determinados momentos, e sim eu escuto as mesmas músicas sempre, repetidas vezes. Portanto nesse blog não podia faltar as frases que mais me chamam atenção nas músicas que eu gosto. Então elas estão aí no título de cada post e no final, com o nome da música e da banda.

11th Dimension – Julian Casablancas

Whatsername

16 maio

Anakina é um nome que criei quando eu tinha uns 12 anos. Meu nome é muito comum, em todo lugar que vou sempre tem alguém com o mesmo nome que eu e, em certa fase da vida, eu fiquei meio chateada com isso.

Na escola quando o professor fazia lista de chamada era sempre a mesma coisa: mil e uma “Jéssicas”. Daí os professores inventavam aquelas denominações do tipo “Jéssica morena”. Aff. Ou me chamavam pelo meu segundo nome “Patrícia”, aí vc perde sua identidade sabe, existe a “Jéssica” que é a primeira Jéssica da ordem alfabética e você é a “Patrícia”. Mas na maioria das vezes eu era chamada de “Jéssica Patrícia”.

Não que eu não goste do meu nome, eu gosto sim. Acontece que quando me chamam de “Jéssica Patrícia” eu me lembro dessa coisa escolar, além de me parecer uma coisa excessivamente formal.

Ao menos minhas amigas me chamam somente de “Jéssica”. Quer dizer, elas costumam chamar quando não estão me chamando de “Jess” ou “Jé”. Já na faculdade tem um colega que me chama de “Dimenor” por eu ter 17 anos e ser, segundo ele, “uma pirralha na faculdade”. E é claro que “Dimenor” tem os seus derivados como “Dima”.

Em casa meu apelido é “Leli”. Segundo a lenda, minha irmã me deu esse apelido quando eu nasci, ela tinha três anos de idade. E então ficou o apelido, que deu origem a muitos derivados, incluindo diminutivos.

A questão é que sempre inventam alguma coisa pra você. Sempre te chamam como querem. Não que isso seja ruim, às vezes é até engraçado. Mas aos meus 12 anos, em plena crise de identidade, eu quis criar um nome pra mim. Aí surgiu “Anakina” que, na verdade, eu nem sei de onde veio. Eu sempre associo como uma influência de Star Wars, uma coisa vinda de “Anakin Skywalker”, mas eu não sei se isso é verdade ou se foi uma desculpa que eu inventei depois.

Dizem que todo geminiano tem dupla personalidade, que é como se fossem duas pessoas diferentes dentro de um mesmo corpo. Então eu passei a associar isso com “Jéssica” e “Anakina”, separei-as e atribuí a cada uma traços divergentes da minha personalidade. Persisti nisso durante um bom tempo, mas depois descobri que era bobagem, que as duas precisavam ter uma integridade, que eu não podia ser uma em um dia e outra em outro.

Então sou a “Jéssica”, mas a sombra da “Anakina” está sempre por aí. Por isso o endereço do blog é com esse nome. Porque é um nome incomum, eu não poderia colocar “jessica.wordpress.com”. rsrs. E seria bem tosco também.

Tá, eu sei que parece coisa de gente perturbada. Mas o que eu posso fazer né? rsrs. E isso é só o começo.

Whatsername – Green Day